Burro Cor de Rosa
Serguei
Fora as roupas apertadas eu vestia um sobretudo
Sobretudo uma casaca devagar me estrangulava
Na cidade grande o óleo do motor or, or, or
Dentro da caneca branca uma alga luminosa
Fosco de tão nebulosa e sai das portas de veludo
Me mostrando tudo que o mundo oculta va, va, va
Minha vida é um terremoto e as sentenças caem no chão
Monto na motocicleta na garupa o mundo e a mãe na mão
Longe do capim no asfalto no meu burro cor-de-rosa
Canto uma canção dengosa grito muito, falo alto
Subo num caixote e digo palavrão
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